domingo, 10 de julho de 2011



" Sabe o que me cansa?
São essas suas palavras que eu tenho que arrancar
do meio da tua garganta, criança
Perfeito!
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Sabe o que me mata?
São os teus olhos de vidraça
Fosca, embaçada à jato de areia
De onde não mina uma lágrima
Teu olho turmalina pedra muito negra
Como esse tal amor por mim.
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Sabe, eu odeio, odeio
Adorar teu jeito simples de viver
Ver você sorrindo assim loucamente
Quando estou aqui presente
Sentir as tuas pernas trêmulas
Depois do prazer satisfeito
E é por isso que eu não aceito,eu não aceito não,
Ver você assim retrocedendo
Abrindo mão dos sonhos, fantasias
Por essa covarde, covardia
Muito menos pagando o preço dos nossos pecados
Nem se fosse dez centavos.
Mas eu aqui, largada
Num canto desse apartamento
Eu choro mais, eu choro menos
Tanto faz, você, você não vem mesmo.
Mas eu aqui, eu aqui morrendo
Desaparecendo, como uma foto de Polaroid
Eu morro mais ou morro menos
Tanto fez, você não veio mesmo.
Não veio... "

( Foto Polaroid - Isabella Taviane )

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