quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


“Você vai entrar pela porta que eu deixei entreaberta, há uma hora que eu não descolo os olhos da luz de neon do hall que se filtra como um prenúncio da tua chegada.
Antes de você chegar você já chega, como uma nuvem que vem na frente, antes de você chegar eu ouço tua ansiedade vindo, tua luz, teu som nas ruas, teu coração batendo mais forte porque vai me encontrar… por isso, teu peito dispara e v...ocê vem vindo pela rua sem ar, e você vem e você chega e entra quebrando o realismo da sala, quando você entra muda tudo, a casa fica diferente, as cadeiras se movem, os vasos de rosa voam no ar, as mesas rodam, rodam e eu começo a perder o controle da minha solidão, sozinho me seguro, mas você chega e eu danço, pois você sabe de mil truques para me jogar no abismo… você chega e o terrível perigo do outro se desenha, você é um ponto de interrogação, uma janela para o ar, um copo de veneno, você é o meu medo, o mar… fico à beira do riso e das lágrimas, o coração sangrando, perco o controle e entramos os dois num barco em alto mar, a deriva…”
Eu controlando a emoção, você toda menina.

(ARNALDO JABOR)

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